segunda-feira, 28 de julho de 2008

UM METEORO EM MEU CAMINHO - sinopse




Acompanhe a sinopse da trajetória desse grande camisa 9 em 9 passos. Siga-os!

1 - ACORDA PRA SONHAR


Jordão, ex-jogador de futebol profissional, tendo sido um astro e grande ídolo do Colorado E.C, o hoje Paraná Clube, acorda numa manhã ensolarada e fica na expectativa de que algum agente penitenciário venha abrir a porta da sua cela. Tudo parece estar combinando com aquele momento glorioso que finaliza uma angústia de seis longos anos de reclusão. Até a chuva deu uma trégua depois de dez dias, além da espera do amigo e advogado e de um jornalista, este responsável pelo livro de memórias que contará a trajetória do ex-craque Jordão. Tudo isso aliado à alegria de poder se reencontrar com seu filho, do qual perdeu o contato há mais de oito anos, enfim, tudo caminha para um dia inesquecível na vida desse sofrido detento.

2 - NO RÁDIO


No rádio a notícia extra relata a aproximação de vários meteoros que devem cair em vários pontos do planeta. O Presídio de Rio Molhado, na Região Metropolitana de Curitiba, está entre esses alvos do tal fenômeno, mas por questão de segurança, a tal casa de detenção é evacuada por ordem das autoridades e os detentos são recambiados para outros presídios. Jordão não ouve a notícia porque no momento do relato, se encontrava no banheiro. Desconhecendo o teor do noticiário, Jordão mergulha num mundo de sonhos, agora muito perto da realidade. Recomeçar, viver, ajudar são os verbos que ele utiliza para manifestar o desejo de uma nova vida para quem poderia tê-lo feito por toda vida e, inconscientemente, agora, num momento crítico, passa a empunhar essa bandeira. Aquele que deveria ser o único a deixar o presídio naquela manhã, ironicamente é o único a ficar no local sem saber o que está por vir. Algum agente penitenciário, seus grandes desafetos, o deixou de propósito para sofrer com a tal ameaça.

3 - MAIS PLANOS


Entre os seus planos, há o desejo de não ser esquecido, trauma para quem um dia viveu nos braços da galera e de repente viu ruir diante do mundo das drogas, uma carreira de sucesso. Uma maneira de manter viva a lembrança do grande centro-avante, seria através de um livro de memórias que pretende usar para para alertar jovens, adolescentes e até as crianças. Em seus planos, percorreria o país de ponta a ponta, dando palestras alertando a todos. Também, sonha com o momento de reencontrar o filho que não vê a oito anos. Gestos nobres de quem abriu os olhos e o coração somente depois de sofrer a maior derrota da sua carreira: a perda da liberdade. Nesse clima, Jordão espera os minutos que parecem infinitos, ciente de que o pior já passou,

4 - AS DROGAS




Na verdade, o ser humano que se envolve com drogas é uma vítima que recebe o duro golpe de ser rejeitado pelos amigos, familiares, enfim, pela sociedade. É quando lhe falta o chão, mas em muitos casos, sempre encontra um ombro amigo a ampará-lo, e, com Jordão a situação não foi diferente. A diferença, no seu caso, foi a falta deste ombro e a falta de orientação. Sem isso, não soube administrar um problema que acabou se transformando numa pedra, ou, num grande meteoro. Muitas vezes os problemas se ampliam diante dos nossos olhos na medida que nos encolhemos, aceitando o revés sem a reação necessária.

5 - ESPERA ANGUSTIANTE


Tudo agora é passado. O que importa a partir de agora, é resgatar a dignidade, o amor próprio e a cidadania. Valores imprescindíveis na vida de todo ser humano. O tempo avança, a cela parece mais fria do que outras vezes e Jordão aos poucos vai se angustiando e com isso passa a desconfiar que essa demora é uma provocação dos inimigos, ou alguma pegadinha com câmera escondida. Isso faz com que desista de qualquer ação ou reação, mesmo quando encontra uma picareta dentro da cela, ferramenta capaz de quebrar qualquer parede. Jordão decide esperar que sua cela seja de maneira legal, e esse foi o seu grande erro. O silêncio o assusta, a solidão é tirana, mas a sua falta de reação é inexplicável, sem propósito. Age no momento, como agiu a vida toda, esperando que algo caia do céu, mas que não seja um meteoro ou coisa similar.

6 - A IDÉIA E O RÁDIO


Não demora muito e uma idéia salvadora vem em sua mente: Ligar o rádio no último volume para chamar a atenção do Diretor do Presídio, que não deve estar conivente, macomunado com os carcereiros. Para sua surpresa, o plantão da emissora dá a notícia que, desta vez Jordão ouve na íntegra. Numa reação natural tem um acesso de risos, achando que seus inimigos fizeram essa armação para ridicularizá-lo. Quando começa a refletir e perceber que o silêncio é incomum, cai na real, mesmo sem acreditar na queda do tal meteoro.

7 - FILOSOFIA


Vivendo toda essa emoção do sai não sai, Jordão até tem seus momentos de filósofo. A vida nos dá esse dom quando passamos por momentos extremos. Num momento de grande expectativa, na esperança de ver aquela porta se abrindo definitivamente, Jordão produz frases de efeitos que nos chama para uma certa reflexão. Compara aquela pontinha quase inconsequente com uma faísca, minúscula, mas simplesmente o início de um grande incêndio; já, num momento de desepero, quando se vê no mais completo abandono, mesmo sem acreditar no meteoro, filosofa ao referir-se ao tal fenômeno: "Não acredito nesse tal de meteoro que dizem que tá se aproximando, porque o que me destruiu foi o meteoro que eu criei e que está aqui dentro de mim e que me tirou todas as forças".

8 - O TEMPO




Muito embora o motivo que levou Jordão a cumprir a pena de seis anos tenha sido o seu envolvimento com as drogas, a lição (o foco) que fica nesta mensagem é o banalismo que cometemos quando perdemos tempo por falta de ação, iniciativa, perseverança e de maneira gratuita quando nos deixamos levar por ilusões que não nos trazem nenhum benifício. Dizem que tempo é dinheiro, mas nem sempre essa afirmativa pode ser encarada como certa, pois dinheiro perde-se e se ganha, e o tempo...esse não tem volta. O lixo é reciclável, o ser humano recicla-se e dá a volta por cima, mas e o tempo? Podemos reciclá-lo? Quando perdemos tempo, perdemos um pouco da vida. Perder tempo aniquilando nossa saúde com drogas, é cometer o suicidio na base do conta-gotas. É acelerar o fim do maior milagre que é a vida.

9 - A SAÍDA


O final é surpreendente e gera uma grande expectativa. O grande simbolismo do monólogo é mostrar que há no caminho de cada um de nós, uma pedra de diferentes tamanhos. Tamanhos estes, defiinidos pelas ações e reações de cada um de nós. Depende da maneira como encaramos nossos problemas. Se encararmos com garra, determinados a extirpá-los, então essa pedra pode ser transformada em pedregulho; se nos encolhermos, assumindo o fracasso, criaremos um meteoro intransponível. São metáforas, suficientes para mostrar que podemos desviar certos caminhos evitando contatos perigosos. Assim como as pedras, a vida também é repleta de portas e nem sempre sabemos abrir a porta certa. Elas se abrem e se fecham ao longo do nosso caminho, mas a chave de tudo é saber que podemos carregar a chave da verdadeira porta.


Armando Bom Fim

sexta-feira, 25 de julho de 2008

UM METEORO EM MEU CAMINHO


Monólogo escrito e interpretado por Armando Bom Fim, teve sua estréia em 4 de junho de 2007, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora das Vitórias.